E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros (2 Tm 2.2). Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde a agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (2 Tm 4.6-8).


As palavras descritas acima foram expressões de um homem que ao perseguir o Evangelho, ENCONTROU-SE COM JESUS e recebeu um CHAMADO específico para pregar a salvação aos gentios; e, assim como o Mestre, fazendo DISCÍPULOS por onde Deus o enviava. A ESCOLHA de Paulo foi viver, sofrer e morrer pelas Boas Novas, a fim de alcançar a COROA DA JUSTIÇA, influenciando outros a fazer o mesmo. Estando preso como um malfeitor por trazer liberdade às pessoas por meio de Cristo e prestes a perder a vida por isso, está mais preocupado com a geração que deve dar prosseguimento à Expansão do Reino de Deus. O que pretende ao escrever esta última carta é encorajar seu filho na fé Timóteo, o passando o bastão da liderança, sabendo que tinha cumprido o Propósito de sua vida, e, por isso, não se sentindo frustrado nem triste. Talvez quisesse dizer: A minha parte eu fiz, agora é a sua vez! Cumpra o Teu ministério, aquilo pelo qual foi CHAMADO! Sofra também por esta causa e ensine a outros a sofrer também, sem arrependimento porque nos está reservada a COROA DA JUSTIÇA.

Ao negar a sua vida e tomar a sua cruz como um verdadeiro discípulo, Paulo deixou um legado que ultrapassou gerações e chegou até nós: discípulos (não religiosos) como o próprio Timóteo, suas 13 cartas e sua vida como modelo. E nós? O que queremos deixar como legado? Queremos ter no final de nossas vidas essa mesma convicção e confiança? Que escolha vamos fazer: Levar a verdadeira mensagem do Evangelho ou ser mais um perdido na multidão? Viver a Verdade das Escrituras ou sermos levados por qualquer Vento de doutrina? Viver para Deus ou para o nosso próprio prazer? Cumprir o nosso chamado ou correr atrás do vento? Preencher o mundo com o amor de Deus ou aumentar o vazio existencial da humanidade? Impactar a nossa geração como representantes da glória de Deus ou nos conformarmos com este mundo? Ser resposta de Deus para nossa geração ou ser mais um número ou um produto da sociedade consumista? Ser e fazer discípulos ou viver uma religiosidade vazia? Que sem arrependimento possamos dizer como Paulo, ao deixar o nosso legado, para depois recebermos a COROA:

Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 2.7).


Daniely Silva Duarte


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Já parou alguma vez para imaginar Jesus vivendo em nossos dias? Será que ficaria só em Israel? Será que ele viajaria de avião? Andaria em nossas igrejas? Andaria pelos shoppings? Comeria no MC Donald´s? Beberia Coca-cola? Navegaria pela internet? Teria orkut, facebook, msn, twitter etc.? Estaria presente nos meios de comunicação?

Para muitos religiosos, algumas destas indagações soam como absurdos. Mas o fato é que Jesus veio a este mundo com uma missão, mas também entendia as questões culturais do seu tempo, tanto a ponto de quebrar paradigmas muitas vezes. Isso deixa claro que para Ele estas questões eram menos importantes do que os princípios. Ao curar aos sábados (como por exemplo, em Mc 3.1-6) ele mostrava que o princípio do amor estava acima das regras. Ao comer com pecadores (Mt 9.9-13), confundia e provocava os fariseus, declarando que viera para este tipo de pessoas, comparando aos doentes. Ao conversar com a mulher samaritana (Jo 4), Ele surpreendeu não apenas seus discípulos como ela própria, demonstrando conhecê-la, entendê-la e a ter por ela compaixão suficiente para gastar o seu tempo estabelecendo um diálogo, revelando-se ser o Cristo. Além disso, Ele mesmo usava a cultura daquela época a favor do Reino quando usava provérbios e fazia ilustrações, que, até mesmo para entendermos hoje, precisamos atentar para o contexto daquele período.

Não há dúvidas que os princípios por ele deixados continuam valendo para a pós-modernidade, e, seriam os mesmos se viesse em nossos dias. Inclusive, continuaria tendo a consciência e convicção de quem Ele era e de Sua missão. Como afirmou certa vez, referindo-se a si mesmo: “Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”. Mc 10.45.

A profundidade de Sua mensagem seria a mesma, bem como Sua autoridade: “E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade e não como os escribas”. Mc 1.22. O fato de Jesus viver aquilo que ele ensinava fazia toda a diferença. Dessa forma, percebemos que Ele nunca teve problema com a cultura, mas sim com a religiosidade. No capítulo 23 do Evangelho segundo Mateus, Ele mostra toda a sua indignação contra os líderes religiosos que viviam de forma hipócrita, afastando as pessoas de Deus, ao invés de atrair para perto dEle. Em nenhum momento, vemos Jesus ir de encontro ao governo romano, inclusive providenciou da boca de um peixe o pagamento de um imposto (Mt 17.24-27) e, outra vez, sendo indagado acerca do pagamento dos impostos a César, responde (no contexto de Mt 22.15-22): “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Alguns podem até dizer a partir destas palavras que Jesus fazia separação entre o “mundo” e o Reino de Deus e, por isso, devem manter-se separadas de certas coisas consideradas “impuras”. Jesus ia além, na verdade, ele sabe que o que faz diferença é a motivação interior. Não adianta ter aparência de santidade. É preciso ter santidade. E a santidade não é medida pelo o que usamos da cultura, mas como, se para a glória de Deus ou não. Como Paulo escreveu: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” 1 Co 10.31.

Cristo vivia para glorificar o Pai, buscando fazer a Sua vontade, como ele mesmo declarou, como por exemplo: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo, e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai, que me enviou”. Jo 5.30. Os parâmetros e os princípios de Jesus estavam no Pai, não nEle mesmo.

Permanecendo estes mesmos princípios, não consigo imaginar um Jesus distante das pessoas. Em seu ministério elas eram o objetivo final: encontrá-las e restaurá-las através de um novo relacionamento com Deus e com os semelhantes. Por isso, consigo enxergar Jesus em nossos dias usando produtos culturais, como a mídia, a internet, e mesmo indo a lugares comuns para encontrar-se com elas. Como naquela época, ele se identificaria com as pessoas. Todavia, não usaria esses meios para benefício próprio, nem para se auto-promover, como fariam os fariseus. Ele transformaria a vida das pessoas a cada encontro. A cada relacionamento, fosse on line, no Mc Donald´s ou em qualquer outro lugar, ele produziria cura, principalmente interior, pois é disso que precisamos em nossos dias. Essa ideia também é expressada na Sua última oração que também nos alcança: “Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviastes” Jo 17.20-21.


Jesus veio com uma missão e a deixou para igreja: sermos um para proclamarmos a unidade de Deus. Podemos resumir tudo numa palavra: conexão! Nada mais pós-moderno num mundo tão interligado, que Deus já tinha em mente desde que criou o homem.


Daniely Silva Duarte

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